29.2.08

O Olhar e o que ele cala


Olhar de espera
Sorve das bocas
Nas ânsias de espera
A fome de séculos
Em espasmos furtivos

Olhar obsceno
Torturado e aflito
Advinha corpos
Que se abrem
Em cadências férvidas

Olhar de fome,
Órbitas vivas,
Coração acelerado,
Consoantes duplas,
Mergulhando nas profundas
grutas sem fronteiras...

Ouvindo: Olhos Nos Olhos

28.2.08

Desejo


Quero que me venhas
Com calma e delicadeza

Que me tomes em sombras
Na penumbra tocando meu corpo
Quero te tomar em beijos e carícias

Sentindo sem precisar ver

Apenas tateando e possuindo
Quero que me reveles aos poucos

E hei de te abrigar entre pernas e seios,
Percorrendo teus tremores com os देडोस
Recebendo teu gozo no meu,
Misturando teus gemidos aos मूस

इमागेम: Web
Ouvindo:
Aqui, Ali e Em Qualquer Lugar

27.2.08

Campo de Estrelas



A cada dia que passa,
Aumenta meu desejo.
O sol se levanta e incendeia
O facho do corpo que está queimando.
Lábios que mordo na ancia dos teus.
Mãos que suam e Inquietam-se
Na falta das tuas
Olhos que se fecham
Sonhando com os teus
E o fogo não se acalma,
Cresce em desejo.
A noite chega
E o corpo anseia te levar
Para o campo das estrelas...

Imagem: Web
Ouvindo: Dois Pra La Dois Pra Ca

23.2.08

Talvez...


Escrever é para mim, contar letra a letra o que eu não consigo, não quero, ou não posso pronunciar. É um processo doloroso e lento como um parto natural. De difícil auto-aprovação. Um querer mais que poder. Um ato tímido e escondido, que não quer chamar atenção, mas carece de todo tipo de compreensão.

Talvez seja apenas a minha busca sem medidas para chegar em algum lugar, não sei...


Ouvindo: Cheio de Amor

21.2.08

Tudo se Perdeu


Tudo Se Perdeu
Paula Toller

Composição: (Vicius World) Rufus Wainwright Versão Paula toller

Era somente transar no celular
Era só a gente adorar se isolar
Era não ter medo de se machucar
Meu Deus, olha o que me aconteceu
Tudo se perdeu
Tudo desandou
Agora não vai mais emendar
O que se quebrou

Caio com Mayza na fossa em francês
Ninguém mais aguenta drum´n bossa em inglês
Vê se se toca que amanhã é 23
Meu Deus, olha o que você me fez
E olha o que me aconteceu
Tudo se perdeu
Tudo desandou
Agora não vai mais emendar
O que se quebrou
Tudo se perdeu
Agora não vai mais emendar
O que se quebrou
Agora não vou mais te encontrar
Tudo se acabou

A Ostra e o Vento




Chico Buarque

Composição: Chico Buarque

Vai a onda
Vem a nuvem
Cai a folha
Quem sopra meu nome?
Raia o dia
Tem sereno
O pai ralha
Meu bem trouxe um perfume?
O meu amigo secreto
Põe meu coração a balançar
Pai, o tempo está virando
Pai, me deixa respirar o vento
Vento

Nem um barco
Nem um peixe
Cai a tarde
Quem sabe meu nome?
Paisagem
Ninguém se mexe
Paira o sol
Meu bem terá ciúme?
Meu namorado erradio
Sai de déu em déu a me buscar
Pai, olha que o tempo vira
Pai, me deixa caminha ao vento
Vento

20.2.08

12



Hoje só ficaram perguntas
Que nunca foram respondidas
O porque de teres me despedaçado,
De me dares as costas
Sem um olhar para trás,
O porquê do teu silêncio
Que me acumula,
Fere,
Corrompe,
E amordaça meu poema...

Que amor era o teu
Que me encheu de vida
Padeceu na distancia
Cansou com a espera
E se entregou a primeira mentira?

Que paixão foi a tua
Que se perdeu na tormenta
E se apagou com a partida?

Não vou te esquecer, eu sei...
Só que já não posso mais.
Entende que a dor causada
Será minha amiga
E meu consolo nos dias que hão de vir,
E o tempo que tudo cura
Vai se fechar às minhas costas
Então eu poderei juntar os pedaços e partir ...

Ouvindo: Hoy Ya No Estas Aqui

19.2.08

Tormento


Quero fechar os olhos e dormir,
Porque o sono não me chega de mansinho
E me toma nos braços fazendo com que a dor pare,
As dúvidas sejam esquecidas,
Os quereres cessem,
Os sonhos não me iludam mais
E os devaneios terminem?

Quero dormir,
Porque Morpheu não me toma
num abraço manso e eterno?

Foto: Web
Ouvindo: Sonífera ilha

18.2.08

Amigo Meu


Ser amigo não é coisa de uma hora,
de um dia,
de uma semana,
de um ano.
São gestos,
são palavras,
são atitudes,
sentimentos que se solidificam no e com o tempo,
não querendo nunca serem esquecidos,
ou mesmo, não lembrados.
O amigo revela,
desvenda,
conforta,
compreende,
“resmunga”,
ouve…
É uma porta sempre aberta
em qualquer situação,
em qualquer momento,
em qualquer fase.

O sorriso não morreu


Meus olhos me enganaram.
Não era asa de borboleta,
era pétala de flor
que o vento fazia voar...
e a chuva ia fazendo...
pérolas na seda
e sorrisos que não morrem...


17.2.08

Caixa de Sapatos



Confessar ao silêncio,
E mesmo que eu passe tão rápida
Pelas frestas da vida,
Trago comigo uma caixa.
Caixa que era vazia de sapatos,
Onde coloquei meus recortes favoritos,
Algumas fotos,
Bilhetes de amor,
Livro de dedicatórias da época do colégio,
Raminhos de Alecrim, que eu adoro,
Uma pétala seca de rosa,
Uma folha de eucalipto,
Lembrança de viagem,
Uma pedrinha, lembrança de Portugal,
Alguns cadernos de poesia
Com versos que tento rimar
Desde a adolescência.
Letras de músicas que nem lembro mais,
Estrelas de papel que eu criei,
Flores de papel que recortei.
Mas a caixa que era vazia
Cheia ficou...
Preciso de mais uma caixa,
Maior que uma caixa de sapatos
Pois minhas lembranças
Não cabem mais
Numa caixa tão pequena...

Ouvindo: Mil Acasos (Deeplick Remix Extended)

Algo


Alguma lembrança
Algum pensamento
Algumas palavras
Algum tempo
Alguma insensatez
Algum cansaço
Alguma solidão
Algum deserto
Muitas verdades
Muito calor
Muitos versos
Muita esperança
Muitas certezas
Muito amor

E toda dor acaba
E todo receio se dissipa
E todo medo vai embora
Fecha porta e vem...

Ouvindo:
Poço de sensibilidade
Foto: Web

16.2.08

De quem é a sanidade?


Quando entardeceu tua sombra em mim,
Trazia eu sombras no rosto
E um rascunho frio de letras perfeitas
com dizeres imperfeitos
A música ao silenciar nos tornou meio prosa
Não tinha eu tantas palavras como pensei
Sem jeito ficamos e as letras palavras ficaram
E as palavras confissões revelaram
E o apego aconteceu
E da ausência se fez saudade
E o teu desejo embaraçoso me tirou dessa aflição
E o meu querer sem medidas
Te resgatou para viver uma loucura perfeita

Foto: Web
Ouvindo:
As Curvas da Estrada de Santos

13.2.08

11



Quem é esse que chegou sem avisar
E tomou conta do que eu julgava meu?
Que momentos foram esses que me deste
E logo depois tomaste de volta?
Que carinhos foram os teus que
Agora não passam de saudades?
E que sorrisos foram os nossos
Que agora refletem tanta tristeza?
Que olhos foram os teus, cheios de paixão
Que agora só têm olhares de desprezo
Desnudando minha alma aflita?

O que me resta agora
Além dos versos que a dor causou?
Deixar de sentir,
Fechar as portas que abriste,
Jogar as chaves fora,
Tirar-te da minha vida,
Arrancar as tuas mãos,
Do meu coração que anda partido...

Ouvindo: Insensatez
Foto: BrittaLamberty

12.2.08

Teu nome



Sim, era eu...

Quem mais traria nos dedos,
Na pele,
Na lembrança,
No coração
e em cada célula de seu ser
O teu nome mágico,
Aquele com que te ungi
E forjei na minha alma
Com versos e silêncios...

12 anos atrás..)

Escrevi esse texto há anos atrás, ia para o lixo não fosse a leitura mais atenta. O que mudou de lá para cá? A resposta fica para o final....