25.4.09

Mar de Palha


Para além dos dias,
Meses,
Anos,
Centenas deles...

Para além do tempo,
Esse que não importa
Pois leva as lágrimas de volta
A outros tempos.

As margens do Mar de Palha,
Das cinzas e escombros
De dourado trigueiro,
Nasceram palavras refrão.

Começaram a ser alinhavados
Os versos do meu coração

Afastamentos



Pessoas se distanciam
Porque o que tinham a dizer se esgota,
Carência de leme
E um sentimento permanente de solidão.


Afinal, o que é o Tempo?
Uma fração de segundo
Que contém o presente que já foi futuro
E será passado.

Meu tempo é todo tempo do mundo.
Tateio.
E a um só tempo vivo,
Bebo da fonte prodigiosa
Diversa da tua, tão descuidada.

Passeia sobre mim,
Deixa o tempo lá fora,
Ou me deixa no tempo de ir...
Foto:

9.4.09

Um Pensamento




A quem me viu
Não sei voltar
Pois só me encontro
Quando me perco.

E a quem não me advinha
Eu me devolvo...

8.4.09

Herança Sentimental



Existem alguns amores
que tivemos e que já resolvemos
há muito, que aparecem de vez enquando
em nossos gestos cotidianos.

Como bolinhas de sabão, deixam na
gente a sensação de alegria,
uma coceirinha de lembranças vividas.

Não são saudades,
são a nossa herança sentimental.

Foto: José d' Almeida & Maria Flores

Sonho dos (meus) Olhos


Não medi meu querer
Com uma régua
De impossibilidades,

Não pesei meu afeto

Na balança

Das desilusões,


Meu bem querer
É como pássaro
Abrindo asas
Subindo no horizonte,

É gostar

Que deixa rastro luminoso,

É sonho dos olhos...

Estranhos

Ele transpirava contrariedade
Na sua serenidade habitual.

Estranho...

Suas palavras faltavam,
Mas as poucas que tinha
Pesavam demais,
Sobravam...

Ela aspirava suavidade
Na sua loucura habitual.

Estranha...

Suas palavras abundavam,
Mas as muitas que tinha
Não se estendiam,
Calavam...

12 anos atrás..)

Escrevi esse texto há anos atrás, ia para o lixo não fosse a leitura mais atenta. O que mudou de lá para cá? A resposta fica para o final....