27.3.07

Caneta Esferográfica






Não busco no meu passado
As justificativas para minhas impossibilidades
Não deixo meus objetivos dormindo na segunda-feira
Quando mergulho,
Mergulho para ir ao fundo
Não sou pássaro novo
Aprendendo a voar
Meus vôos vão além do exercício
De um galho para o outro
Não temo perder o abrigo
Para ultrapassar os limites
Da minha consciência
Só preciso de duas asas: amor e conhecimento

Não sou mata borrão,
absolutamente indispensável nos dias de ontem
Que coisa drástica!
Eu nem sei onde estou
Eu nem sei quem sou

Não sou tudo,
Nem sou nada,
Sou um pouco...

E ainda assim escrita
Com esferográfica

Foto: Ben Heys

21.3.07

Beijo Criança



Tomar as tuas mãos, tímida.
Acariciar cada centímetro
Das tuas linhas destino
Sem nada querer e querendo tudo.
Olhar-te nos olhos e beber
Todos os brilhos que encontrar,
E neles mergulhar como em sonhos
Tocar teu rosto com meu rosto,
Roçando e sentindo tua barba.
Chegar em tua boca
Sem pressas e sem medos.
Morder teus lábios
Como quem come beijos.
Bocas entreabertas,
Línguas brincando,
Lábios fingindo não querer...

E o desejo crescendo,
A boca suplicando,
Os olhos se fechando,
Os braços puxando
E tornando-se abraços.
O corpo se tocando,

A boca se abrindo,
E os gemidos crescendo
Até se entregarem beijo...

Foto: Beijo de Rodin

16.3.07

Alma




Minha alma que andava sem alento,
desorientada,
perdida...

não sabia o que havia feito de errado,
não sabia os porquês de tanto ódio,
sentia saudades,
sentia afeto,
sentia culpa por algumas mentiras...

Precisei me jogar a teus pés
para entender o que estava errado.
Minha alma se despede de cara limpa
e meus versos seguem de alma lavada

Não sinto mais a boca seca,
a rima triste,
e nem sinto vazios...

Hoje eu me despeço de ti
e volto a estar inteira.
E vou por ai,
Feito uma saudade que não sangrará com a partida.
Diferente da canção,
Não espero pela tua volta
Porque fui eu que te mandei embora...

Música:Mentiras


12.3.07

Vale


Os meus versos
Vais descobrindo aos poucos
Assim como alma e coração...


E por já seres dono dos sentimentos,
seja o maestro dos sentidos
Minha pele anseia por tuas mãos sabias,
A minha boca espera por tua língua afoita,
As minhas pernas enlaçam teu corpo,
O meu abraço estreita teu peito,
Os meus sentidos te acumulam,
O meu desejo te recebe
Que meu corpo seja o vale,
onde teu corpo se canse e descanse...





Música: O Nosso Amor





Foto: Google


6.3.07

Teu Silêncio

No meu ser todas as agitações
Caminham de encontro ao fim no canto da página.
Sinto a calma em plenitude.
Entrego-me às ondas do teu ser
Que em silêncio se sacia
De minhas palavras antigas.

Palavras que brotam da alma,
que se sobrepõe a tudo mais.

Palavras de um corpo em movimento
que te deseja mas silencia,
porque mais não pode.

Palavras de amor que se curvam à tua presença,
que em distâncias nunca é ausência ...

2.3.07

Sede


Sinto sobre a boca
um riso que desconheço.
Lábios úmidos e inquietos,
mãos a me tocar sem que
delas conheça eu o toque.
Mas sinto essas mãos
a percorrer meus caminhos.
Sei que em teu corpo,
assim como no meu,
a calma já se perdeu
a sede não se sacia
pois o desejo se anuncia

12 anos atrás..)

Escrevi esse texto há anos atrás, ia para o lixo não fosse a leitura mais atenta. O que mudou de lá para cá? A resposta fica para o final....