31.5.10

Fecho os Olhos (abro as pernas)

Fechei os olhos
e o fogo dos teus me percorreu,
O desejo dos teus beijos pelo corpo
me acendeu de norte à sul,
leste e oste,
pelo avesso até o profundo...

Segui todos os gestos
graves e doces
de um amor por entre abraços,
advinhado...

Ri, enquanto te acompanhava
nessa cadência louca e sem fim,
Olhei nos olhos e no teu corpo
e vi que era tão verdade,
o desejo com vontade...

Fecho os olhos,
abro as pernas...

Agora, um sonho,
Mais tarde, talvez realidade.

É preciso



É preciso ver,
o ver de olhar
e fartar olhos e coração.

É preciso amar,
o amar de entregar
e fartar corpo e alma

É preciso consumar,
o consumar de saciar
e fartar por dentro
e por fora,
desfazendo nós contidos
de desejo aflito.

Amantes insones,
lavados em sal,
ardendo e perdendo o ar
fartando-se em plural
de tanto amar...

Sentir


sinto no fundo
sentir,
sei que é
profundo,
bate mudo
meu coração.

bate fundo,
mudo,
sinto o profundo
sentir...

Sentimento Represado

Pensou em escrever...

Escrever com paixão
Em busca do texto perfeito.
Vírgulas, reticências, exclamações,
Tudo perfeito.
Nada poderia sair errado,
Não desta vez...

Cobriu o chão de papel amassado,
Com as tentativas frustradas
De imprimir a alma numa folha de papel.
Papel em branco.

Necessidade vital de exprimir,
Em símbolos,
Tudo o que carregava dentro de si...

Horas se passaram,
Faltavam as palavras
Onde abundava o sentir
E nunca se permitia pintar
O ponto final do texto.
Aquele que por si só
Diria tudo que se desejava dizer.
O que daria forma ao querer
E libertaria para sempre,
ou enquanto fosse possivel,
o sentimento represado.


Talvez a folha não continue em branco,
e o ponto final seja só um ponto
antes de um novo parágrafo...

12 anos atrás..)

Escrevi esse texto há anos atrás, ia para o lixo não fosse a leitura mais atenta. O que mudou de lá para cá? A resposta fica para o final....