Confessar ao silêncio que,
mesmo que eu passe tão rápida
pelas frestas da vida,
trago comigo uma caixa.
Caixa vazia de sapatos,
onde coloquei meus favoritos:
algumas fotos,
bilhetes de amor,
caderno com dedicatórias
de quem passou pela minha adolescência,
raminhos de alecrim,
que eu adoro,
uma pétala seca de rosa,
uma folha de eucalipto,
lembranças de viagens,
conchas de Portugal.
Algumas tentativas de poesia
rabiscadas em folhas de caderno
com versos que tentei rimar.
Letras de músicas que nem lembro mais,
estrelas de papel que eu criei,
flores de papel que recortei.
E a caixa que era vazia
Cheia ficou...
Preciso de mais uma caixa,
maior que uma caixa de sapatos
pois minhas lembranças
não cabem mais
numa caixa tão pequena...
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