24.11.14

Outros Lugares

Não devemos voltar aos lugares onde fomos felizes. No entanto isso é recorrente em mim. Não imagino um Inverno sem uma voz murmurada e familiar.

Não imagino alegria maior do que uma cumplicidade secreta partilhada. Depois, resta esperar que a paz nos sorria as boas-noites num céu estrelado (que nem sempre se vê). Talvez seja difícil de entender: as frases de luz não são para todos.

O silêncio interrompido naquela voz antiga de fazer crescer os sonhos: cheiros e cores de uma vida ao sol – roubar ao mundo um pedaço de vida. Deixar a alma respirar, intacta, por entre destroços de tempestades e certezas.
Não é para todos suster o tempo. É por isso que não devemos voltar aos lugares onde fomos felizes. Fingir que está tudo bem. Livros espalhados pelo chão do quarto e ideias simples a rondarem o teto da imaginação.
 - Com que sonhas? Confusão.
 - O que sentes agora? Confusão.

 Falta-me um tempo tranquilo. Porque há certezas que substituem outras certezas.
 Os dias de chuva e as saudades escondidas em flashes fotográficos.

Meu Amado

Por entre as cores da paisagem
abaixo da linha do sopro
sempre acima de mim 
da minha escolha
e do teu epicentro
Não posso preencher o espaço
em que te esparramas 

e que nunca esteve vago.

12 anos atrás..)

Escrevi esse texto há anos atrás, ia para o lixo não fosse a leitura mais atenta. O que mudou de lá para cá? A resposta fica para o final....