Não devemos voltar aos lugares onde fomos felizes. No entanto isso é recorrente em mim.
Não imagino um Inverno sem uma voz murmurada e familiar.
Não imagino alegria maior do que uma cumplicidade secreta partilhada.
Depois, resta esperar que a paz nos sorria as boas-noites num céu estrelado (que nem sempre se vê). Talvez seja difícil de entender: as frases de luz não são para todos.
O silêncio interrompido naquela voz antiga de fazer crescer os sonhos: cheiros e cores de uma vida ao sol – roubar ao mundo um pedaço de vida.
Deixar a alma respirar, intacta, por entre destroços de tempestades e certezas.
Não é para todos suster o tempo. É por isso que não devemos voltar aos lugares onde fomos felizes. Fingir que está tudo bem.
Livros espalhados pelo chão do quarto e ideias simples a rondarem o teto da imaginação.
- Com que sonhas? Confusão.
- O que sentes agora? Confusão.
Falta-me um tempo tranquilo. Porque há certezas que substituem outras certezas.
Os dias de chuva e as saudades escondidas em flashes fotográficos.
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