29.4.07

Pedaços




A poesia, ainda que despenteada e abalada
Carrega uma certa beleza em si.
Ele virava minhas páginas,
me descascava como uma fruta madura,
cortava em rodelas finas,
picava em cubos assimétricos,
rasgava fazendo barulho,
amassava fazendo efeitos,
despedaçava feito copo aos cacos,
mas não desvendava,
não adivinhava,
não me bastava ...

Excesso de ausências,
Ele me amava
Mas não preenchia meus vazios ...

Cortando fundo,
Levei-o para fora
E para longe de mim...

Acho que sou bonita,
Sou sim...

Foto: Leo Reinfel

Um comentário:

bruno reis disse...

uhmmmmmmm, ou ohm?

gostei dos seus blogs, os achei tão por acaso que se dissesse você não acredita. e o mais coincidência é que me deparei com várias marinas lima espalhadas por ele, e no momento que o achei ouvia justamente ela, mais especificamente ''meus irmãos'', no repeat. como é que pode?

mas me diga só mais uma coisa, que a coincidência ia ser completa: por acaso, anna lee, você é a anna lee cantora lá de são paulo, que já musicou poemas do ricardo corona e do floriano martins?

12 anos atrás..)

Escrevi esse texto há anos atrás, ia para o lixo não fosse a leitura mais atenta. O que mudou de lá para cá? A resposta fica para o final....