20.2.10
Porto de Abrigo
Não é que eu valha a pena
já que sou feita de aflições
que fazem apertar o coração,
de loucuras que me roubam as forças,
dos desassossegos que te afastam,
das fraquezas que me esgotam
e vivo cansada para morrer em vésperas.
Fecho os olhos e me deixo arrastar,
não tenho mais as palavras
que faziam meu coração estremecer,
no teu coração não há mais nada para mim.
Meu coração se afoga
num batimento derradeiro,
minha alma morre aos pedaços
em dores abafadas e fundas.
Espero em segredo dias sem sol,
talvez seja tempo de voltar atrás sem mágoa
ou de seguir em frente sem medo
de sufocar por dentro sem vontades,
sem um porto de abrigo
aconchegado no peito...
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