Sinto falta da solidão
Que tantas vezes me acolheu
Em remansos sem questionamentos.
Eu a procuro com a ânsia dos famintos
que buscam no trigo forjado em pão
o alivio imediato para a fome da alma,.
Sinto falta da escuridão
Que me envolvia em breu absoluto,
Maculado apenas por estrelas
Que riscavam e explodiam no céu
Em desperdícios de luz.
Estrelas há muito sepultadas
Na amplidão do universo,
Cujo brilho é ilusório
Não trazem conforto
Ao coração selvagem.
Sinto falta do silêncio
Gerado pela ignorância
Que me mantinha à parte
De qualquer sentimento inquietante,
Como adivinhando efeitos colaterais
De amores finitos e temporários.
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