Clandestina

Talvez eu fosse tudo que tinhas como certezas
ou,
o que jamais poderias imaginar.
alcançar,
possuir...

Tuas palavras talvez tivessem o poder de me abalar,
ou,
eram apenas palavras soltas ao acaso,
sem causa,
efeito,
direção...

A lufada de vento que passava por ti,
imperceptível,
talvez fosse um sopro gostoso,
que embaraçava meus cabelos,
hálito fresco
que arrepiava minha pele,
abrandava o fogo onde ardia e me consumia.

Esse amor que sentias por mim
podia ser o ódio
que mantinha represado dentro do meu peito.

Ódio por todos,
por ti
por mim,
por ninguém...

Talvez as palavras que gritavas
foram justamente as que não ouvi,
perderam-se no tempo presente,
cansadas do passado mudo.


Palavras ilegítimas,

escritas às escondidas

clandestinas de futuro previsível...


Nenhum comentário:

Música

  Na tua boca brilha a lua, ouço jazz O teu abraço é ninho onde quero me embalar em blues... Em tuas pernas seguir teus contornos sendo samb...