4.4.08

Sempre o Mesmo Medo




Medo,
tenho medo do meu Eu.

Medo,
tenho medo do que sinto,
do que me vai na alma.
Medo,
tenho medo que sintam pena de mim
quando eu não puder mais ser reação.

Medo,
Tenho medo que a solidão,
(que eu tanto acaricio)
Agarre-me de vez,
E meu EU jamais seja livre.

Medo,
Tenho medo de que já não existam mãos
que se estendam para tocarem as minhas
num aperto ou num afago.

Medo,
Tenho medo do que calo,
E também do que falo a mais.


Medo,
Tenho medo de que essa fome
De tudo e de nada,
De dividir,
De guardar só para o meu EU,
Jamais seja saciada.


Quero não ter medo,
Mas tenho medo
De não ter desculpas para ter medo.

Preciso abrir a porta,
Mas não,
Não consigo.
Quero, mas não consigo.

Tenho medo...

Imagem: Web

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12 anos atrás..)

Escrevi esse texto há anos atrás, ia para o lixo não fosse a leitura mais atenta. O que mudou de lá para cá? A resposta fica para o final....