Talvez preguiça ou alguns cansaços,
porque falar de onde me escondo
sempre me consome
e logo fico aflita como bicho acuado,
andando de um lado para outro.
Hoje nem o verso, nem a música
e muito menos o te imaginar me trouxeram paz.
Ando cansada, tenho pressa,
preciso de um lugar onde eu possa me esconder
e que algumas banalidades
possam me alcançar,
o quanto antes...
Não gosto de me sentir nua,
não falo da nudez do corpo,
e sim a da alma e consciência.
Não se trata de pudor, ceticismo ou aflições,
o revelar dá algum trabalho
e depende de alcançar as intenções,
de perceber e compreender
livre de julgamentos.
O não saber como carregar
a adaga
que atravessa e sangra,
esse cansaço me despedaça.
Quem pode traduzir a minha agonia?
Talvez só eu, mas estou tão cansada.
Queria um porre, chapar a cara,
dormir o sono sem sonhos...
Mas o final desta conversa será só para você,
em algum lugar, enroscada no teu abraço,
no tempo futuro conjugado no plural
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