- Como estás?
- Ainda te lembras?
- Adivinhas-me?
- Ainda sabes como me abraçar?
O tempo vai passar, e passou
as dores à limpo,
silenciadas pelos relógios
que anunciavam distâncias,
as memórias que desbotaram
no tempo ausente
na saudade intermitente
cessando e recomeçando por intervalos
tão imprevisíveis e descontínuos,
e assim foi, é e para sempre será.
Um comentário:
Há alturas na vida em que não apetece dizer adeus e nem sequer um até já. Porque mesmo o até já, já o sabemos, é sempre longe demais para a nossa necessidade infantil de proximidade; uma vontade cega que nos borbulha à flor da pele e nos ensina as leis do amor maior. Ainda assim, num mundo desesperadamente prático, não há lugar para dores sentimentais e corações zangados. Eras tu que o dizias. E eu acreditava. Hoje sou eu a dizer-te, acredita.
A.
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