23.12.08

Palavras Forjadas

Amanheci perdida das minhas palavras e apesar de me sentir saudosa delas, a sensação era a de que elas nunca me pertenceram, não foram minhas.Queria uma palavra que não alcanço. A palavra que apaziguaria tão bem as palavras que não chegam e cuidara tanto para que estas não explodissem.

Manteria tudo em serena compreensão, ou arroubos desatinados de palavras paixão, separando cada palavra das outras para serem usadas, delicadamente.
Tudo feito em efeito e de modo que uma seguisse a outra e formassem algo que pudesse ter sentido, chegar a algum lugar, tocar alguém...

No entanto, apenas só uma náusea doce na boca e os dedos escorregando a esmo porque sentem falta do papel e da tinta para se sentirem palavras vivas, voando nos ventos, eólicas...

Como se assim pudessem chegar ao lugar onde nunca foram, porque nunca serão palavras de estragos, temporais ou brisas. Nada que as façam forjadas na pele, alma.Nem mesmo as deixam sorver palavras que não são suas e mesmo tão próximas, sejam lançadas onde elas não podem ser alcançadas.

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12 anos atrás..)

Escrevi esse texto há anos atrás, ia para o lixo não fosse a leitura mais atenta. O que mudou de lá para cá? A resposta fica para o final....