Domingo

Despediram-se num domingo, 
puros em inocência etérea,
juras de amor eterno 
e um até breve carregado de incertezas 
mas repleto de esperanças.  

A segunda despedida 
também foi num domingo que, 
diferente de antes, 
 trouxe mágoa e espanto. 

Ele foi surpreendido, 
não esperava. 
Ela sentiu-se sobrar, 
jurou que não voltava 

A luz dos olhos dela 
e a luz dos olhos dele 
nunca mais se encontraram. 

Os acasos da vida foram outros, 
cada um seguiu seu caminho.

O amor, 
primeiro amor, 
o maior amor; 
aquele amor que veio antes 
de todos os outros,  
seguiu  plural, só deles 
e  ninguém lhes tirou isso. 

Ela sempre voltou, 
juras quebradas,
sempre sorri ao vê-lo passar.
- Sim, ela sempre consegue encontrá-lo 

Ele, como sempre,
continuou distraido,
alheio a sua presença. 

PostIscriptum:
Comecei a rascunhar esse poema tomando um café na Pastelaria Arcádia, numa sexta feira chuvosa de abril ouvindo Um dia de domingo, dueto Gal Costa e Tim Maia.

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