3.9.08
Vou atrás do meu Silêncio
O chinês Lao-Tzu filosofou no século 2:“Palavras em demasia se esgotam. Melhor é guardar o que está no coração”. Tamanha sabedoria, entretanto, parece ter perdido um pouco de seu sentido para nós, ocidentais. Desaprendemos o valor do silêncio e fazemos de tudo para preenchê-lo – nem que seja com discursos vazios.Ter discernimento ao falar e aprender a calar são,mais que uma meta, um caminho para a paz interior.
A beleza de uma paisagem tem o poder de nos calar. Enlevados pela visão da mata, do mar ou do horizonte aberto, não há a necessidade de dizer nada. O peito desaperta, o espírito se apazigua, e vem a sensação de estarmos totalmente vivos nesse instante.
É para lá que eu vou, dar um tempo no dia-a-dia da situação oposta. Onde uma massa de ruídos, produzidos por obras, automóveis, gente, me engole sem mastigar e traz para dentro de mim a agitação externa, que se traduz em ansiedade e angústia.
A mesma que devolvo para o exterior falando, falando e falando até mesmo sem pensar. Talvez por isso sou a metade daquilo que fui, a falsa impressão do dobro que sou e o complemento daquilo que serei. Ou seja, sou o nada e sou tudo, aquilo que restou de mim, a minha melhor e pior porção.
Lembrando Yogananda, só é possível conseguir paz de espírito quando se cria, dentro de si, um santuário de silêncio, livre de aflições, desejos e ressentimentos. “Nesse refúgio de paz, Deus lhe visitará”, foram suas palavras.
A verborragia é vazia, e o silêncio, repleto de emoção e significados
Até daqui uns dias...
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